Análise de biomarcadores prognósticos de risco da doença renal diabética

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Análise de biomarcadores prognósticos de risco da doença renal diabética

A doença renal diabética (ou nefropatia diabética) é uma das complicações mais frequentes e graves do diabetes mellitus, afetando tanto pacientes com diabetes tipo 1 quanto tipo 2. Ela ocorre quando níveis elevados e persistentes de glicose no sangue danificam os vasos sanguíneos dos rins, prejudicando sua capacidade de filtrar o sangue de maneira eficaz. Com o tempo, essa lesão progressiva pode levar à perda irreversível da função renal, resultando em insuficiência renal terminal, condição que frequentemente exige tratamentos como diálise ou transplante renal.

De acordo com dados do censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia de 2023, 32% dos casos de doença renal em diálise no Brasil são em pacientes com diabetes.

Tradicionalmente, o diagnóstico da doença renal diabética é feito com base na albuminúria persistente e no subsequente declínio da Taxa de Filtração Glomerular Estimada (TFGe). A albuminúria é um importante indicativo de dano renal, enquanto o declínio da TFGe reflete a perda de função renal. Esses marcadores são amplamente utilizados para monitorar a progressão da doença. No entanto, em alguns casos, pacientes podem apresentar declínio da função renal sem aumento da albumina na urina, o que limita a eficácia desses biomarcadores tradicionais e reforça a necessidade de novos indicadores mais precisos para o diagnóstico e acompanhamento da doença.

No post de hoje, trazemos um estudo publicado na revista Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis Open, em que os autores desenvolveram e validaram um método quantitativo de LC–MS/MS para 15 compostos candidatos a biomarcadores preditivos, como parte da pesquisa para desenvolver um método prognóstico de declínio da função renal em pacientes com doença renal diabética e diabetes tipo 1.

Os compostos analisados incluem os nove biomarcadores identificados por Niewczas et al. — N-acetil-L-alanina (acAla), N6-acetil-L-lisina (ac6Lys), N-acetil-L-serina (acSer), N-acetil-L-treonina (acThr), sulfato de fenila (PS), pseudouridina (psiU), N6-treonilcarbamoyladenosina (t6A), manose 2-C-triptofano (cManTrp) e sulfato de tirosina O (TyrS) — além de seis analitos adicionais conhecidos por influenciar a progressão da doença renal diabética e doenças cardiovasculares: creatinina (Cre), sulfato de p-cresol (pCS), sulfato de 4-etilfenila (4EPS), sulfato de indoxila (IS), N1-metiladenosina (m1A) e N-óxido de trimetilamina (TMAO).​

O estudo avaliou o desempenho de cinco colunas cromatográficas na separação dos 15 biomarcadores, incluindo colunas com fases estacionárias C18, C18 modificadas para fases móveis aquosas, amida para modo HILIC e uma coluna com fase adamantilo. Os resultados mostraram que a coluna Capcell Pak ADME-HR, com fase adamantilo, foi a única capaz de reter todos os analitos com fatores de retenção superiores a 0,35.​

O grupo adamantilo (Figura 1) é um grupo funcional derivado do adamantano, uma estrutura cíclica composta por três anéis fusionados, formando uma forma tridimensional semelhante a uma gaiola. Essa modificação na fase estacionária resulta em uma superfície com alta polaridade superficial e hidrofobicidade moderada, proporcionando uma separação aprimorada de compostos altamente polares, como os metabólitos analisados, que são desafiadores para as colunas C18 convencionais.

 

Figura 1: Grupo Adamantilo da fase estacionária da coluna Capcell Pak ADME-HR

 

Confira todos os detalhes deste estudo baixando o artigo completo aqui: