Complicações por infecções fúngicas, em especial por Candida, tem contribuído para o aumento da mortalidade de pacientes imunossuprimidos e dados indicam que os resultados para o tratamento de candidose invasiva ainda são inferiores aos ideais. A utilização da classe das equinocandinas tem mostrado bons resultados para o tratamento dessas doenças fúngicas.1
Equinocandinas são lipopeptídeos cíclicos que inibem o complexo enzimático sintético da parede celular β-1,3-D-glucano sintase, resultando na desestabilização da integridade da parede celular fúngica e, consequentemente, levando à instabilidade osmótica e morte da célula. São fungicidas em leveduras e fungistáticas contra mofos e apresentam a mesma atividade espectral fúngica, além de a atividade das equinocandinas se mostraram persistentes mesmo após exposição do paciente ao medicamento.1
Existem três equinocandinas aprovadas para uso.1 Dentre elas, iremos enfatizar neste artigo a anidulafungina (Eraxis®). Esta consiste em uma equinocandina semissintética utilizada no tratamento da candidíase invasiva. Estudos indicam que a anidulafungina sofre degradação lenta quando submetida à temperatura fisiológica e à variação de pH, com consequente abertura do anel peptídico que inibe sua ação antifúngica.1
Lohita e colaboradores2 desenvolveram um estudo de estabilidade em dosagens farmacêuticas, no qual o medicamento foi submetido a condições de estresse ácida, básica, oxidativa, fotolítica e térmica com o objetivo de avaliar seu perfil de impurezas e produtos de degradação. Neste estudo, o método foi desenvolvido e validado utilizando a coluna YMC-Pack ODS-AQ (150mm x 4,6mm, 5μm) da YMC Inc. Esta coluna contém moderada carga de carbono e uma superfície relativamente hidrofílica, o que favorece a utilização de meio 100% aquoso.
A eficácia e simplicidade do método são evidenciadas pela utilização de uma fase móvel composta por acetonitrila (MeCN), água e TFA. Com uma corrida de aproximadamente 30 minutos, a análise da anidulafungina por HPLC através do método proposto assegura a quantificação dessa substância, suas impurezas e produtos de degradação.
Figura 1. Cromatograma obtido por Lohita et al após otimização do método.
Condições cromatográficas | |
Coluna | YMC-Pack ODS-AQ, 4.6×150 mm, 5 µm |
Fase Móvel | MeCN/H2O/TFA 0,1% – (48:52:1), pH 4,7 |
Vol. Injeção | 10 μL |
Fluxo | 1.5 ml/min |
Detector | UV, 300 nm |
Referências: